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Radomécio Leite

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Água, seca e cemitério

30/11/2012 às 17h59

O governador Ricardo Coutinho inaugurou na última quarta-feira, dia 28, mais uma obra no município de Sousa, o Centro Gerencial das Várzeas de Sousa, última obra do Perímetro Irrigado, onde o governo federal já investiu entre 2011 e 2012 R$14.670.000,00.

Este projeto tem como objetivo a irrigação de uma área total de 4.376 ha, com 178 lotes para pequenos produtores, que terão ainda toda uma estrutura técnica/financeira para auxilia-los no processo produtivo.

A água para este projeto vem do Açude Coremas /Mãe D’água, conduzida pelos 37 quilômetros do famoso Canal da Redenção, obra estruturante e de importância fundamental para que o homem do campo, assentado nesta área, possa esquecer definitivamente os problemas das secas do Nordeste.

O município de Cajazeiras possuiu dois grandes mananciais d’água: Boqueirão de Piranhas e Lagoa do Arroz. Um pereniza o Rio Piranhas, cujas águas são pouco aproveitadas no nosso território e deságuam no Açude de São Gonçalo (Sousa) para fazer a riqueza daquele município que é hoje o maior produtor de coco da Paraíba e também dono da maior bacia leiteira do estado. No outro existe um canal, mas está completamente deteriorado e subutilizado, mas tem ainda alguns produtores de sucesso, e a exemplo das águas de Boqueirão, via Rio do Peixe, fazem a riqueza no município de Sousa.

Cajazeiras poderia ser um dos grandes produtores de frutas e legumes do estado, mas faltam aos ribeirinhos destes dois rios: Piranhas e do Peixe: assistência técnica, incentivos financeiros, mecanização e uma política séria de produção e comercialização, instrumentos sem os quais, jamais vamos sair desta miséria e tendo que continuar sofrendo com a questão das secas periódicas do Nordeste.

Por acaso, se um dia, as águas do Rio São Francisco, por felicidade, chegar ao nosso território o que faremos delas? Contemplá-las? Admirá-las? Precisamos estar preparados para usá-las em sua plenitude e que não sirvam apenas para matar nossa sede e nos banharmos, mas que a joguemos em nosso solo para produzir os frutos, os legumes e a pastagem para matar a nossa fome e a do nosso rebanho. Será que vamos ter este beneficio? Neste momento as obras voltam ser paralisadas e há sérios indícios de superfaturamento.

Sucata
Quem vê fica estarrecido com o cemitério dos carros e equipamentos pertencentes ao município de Cajazeiras, num terreno próximo ao Distrito Industrial. Nas mãos de um particular, sem dúvida, todos eles estariam funcionando e sendo úteis. É um dos retratos de nossa cidade que expõe e desnuda a ação pública de nossos governantes. Uma tristeza constatar, olhar e lamentar qual é o destino dos impostos que recolhemos para o governo. Seria de bom tamanho que os vereadores, que também são responsáveis, conhecessem este cemitério e bem que poderiam cobrar explicações, muito embora já saibamos, antecipadamente, que a impunidade reinaria absoluta e que jamais encontraríamos os culpados/responsáveis.
 

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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