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Francisco Cartaxo

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Diálogos do submundopolítico

06/06/2016 às 23h52 • atualizado em 06/06/2016 às 23h55

Arrumando a casa

Por Francisco Frassales Cartaxo

Cada nova conversa divulgada de políticos carcomidos é um susto. Um susto e uma exoneração. Políticos, autoridades, ministros do governo interino de Michel Temer desnudam-se nos diálogos do submundo. Exibem o medo de serem investigados, conscientes de suas traquinagens criminosas. Por isso, querem o desmanche da Lava Jato, o problema número um. Número um deles. Não da sociedade. Incrível, alguns daquelas figuras permanecem em seus cargos!Falta vergonha na política brasileira. Sobra safadeza. O jovem advogado Fabiano Silveirafez-se involuntário conselheiro informal de Renan Calheiros e apadrinhados. Para quê? Para ensinar-lhes como fugir dos laços do Ministério Público. Professor de contorcionismo que, no áudio gravado por Sérgio Machado, deu dicasa recebedores de propina para escapar das garras firmes da equipe de Rodrigo Janot. Três meses depois, vira ministro-demitido!

Ministro de quê?

Da Transparência, amiga leitora. Um ministério recém-criado no lugar da CGU – Controladoria Geral da República que, no passado, teve o incorruptível Waldir Pires como chefe. Quando tinhano comando Jorge Hage, a CGU conduziu investigações que permitiram a abertura de centenas deprocessos contraa ladroagem patrocinada por prefeitos e prefeitas corruptos. A Operação Andaimenasceu na CGU, lembra?Ministério da Transparência, ocupada por um opaco!Nada mais simbólico da mudança do interino Temer.

Foi para isso que o povo ocupou as ruas?

Por essas e por outras, não se surpreenda, leitor,com gritos de volta Dilma!Menos pelo seu preparo para o cargo e mais pela sacanagem do governo interino. Pelo engodo. Tirar Dilma para acabar com a sangria da Lava Jato, quando o nome de Moro desfilava no asfalto! Foi para isso que a população se vestiu de verde amarelo, empunhou cartazes de fora Dilma, fora PT e ganhou as praças de centenas de cidades?

Por isso, lembro, mais uma vez, a Lei 12.850, de 2 de agosto de 2013. Nela existe a secção Da colaboração premiada, queconceitua e disciplina o uso seguro desse meio de obtenção de prova. Essa lei teve a participação do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Sem delação premiada, talvez não estariam hoje no cárcere centenas ladrões de gravata – empresários, políticos, doleiros, executivos de grandes empresas, servidores públicos corruptos. Presos após se submeterem a processo formal, garantido amplo direito de defesa, julgamento legal e punição em primeira instância. Tudo em sintonia com as liberdades individuais asseguradas pela Constituição, graças em boa dosagemàcolaboração premiada, que a malta corrupta, articuladorado impeachment de Dilma,desejaacabar!

E o Partido dos Trabalhadores?
Comprometido com a corrupção, transformou Sérgio Moro em inimigo, adotando a estratégia primária de desqualificá-lo, acusando-o de seletividade, de querer prender Lula, de ter ligações partidáriasetc. etc. Pior ainda, o PT fechou os olhos aos fatos. Exemplo:das decisões do juizSérgio Moro,apenas uma ou outra deixou de ser confirmada pelo Supremo Tribunal Federal!Provainsofismável da correção de seu trabalho.

O combate à corrupção não é o problema fundamental do Brasil, eu sei. Mas a seriedade da força-tarefa de Curitiba, as revelações expostas nos diálogos do submundo nos levam a defender todo o apoio à Lava Jato.

P S – Lembrete: dia 11, sábado às10 horas, na Livraria do Luiz, João Pessoa,lançamento do livro Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

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