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Renato Abrantes

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Sepulcros caiados!

22/05/2013 às 00h00

Algo dentro de nós insiste em gritar. É que a patifaria e a pilantragem adentram os mais sagrados recônditos que nós, homens, com a ajuda de Deus, achamos que construímos. Vozes doces, posturas corporais “humildificadas”, apertos de mãos suaves, por vezes escondem os mais dissimulados lobos, as mais fétidas realidades, as mais sujas das podridões e as mais imundas das mentiras.

Sentir-se enojado com tudo isso é algo desconcertante, pois – essa parece ser a regra – temos que ser diplomáticos, temos que fazer parecer que de nada sabemos, ora sob a justificativa do medo, ora sob o pretexto do respeito à boa fama alheia. Ou seja, a verdade não deve ser dita, principalmente àqueles que se arvoram “bastiões da verdade”.

A vontade que se sente, quando do confronto com a hipocrisia, é soltar o verbo e colocar tudo à “luz de holofotes”, fazendo com que o desgraçado e infernal odor de enxofre desapareça das narinas e volte a aromatizar o ambiente o aroma agradável do incenso, dedicado à Verdade, a Deus, de quem ninguém, nem os hipócritas fogem.

Mas, volta-se à baila com a redundante questão: e quem deve agir com a verdade e pela verdade convencer-se-á da verdade? Porque quem veste o manto da falsidade sabe muito bem envolver-se nele, modo a não deixar nenhuma brecha, nenhuma fresta pela qual um olhar mais cuidadoso possa penetrar, enganando os mais bem intencionados dos mortais. O vasculho das sombras torna-se, desta forma, inalcançável e faz com que nos inebriemos com a falsa realidade.

E o pior nisso tudo é que a mentira começa a nos agradar. A verdade vai, aos poucos, se tornando incômoda e, politicamente, nos calamos, conformando-nos com o mau, que vai criando raízes em nós e em nossas estruturas, humanas e divinas. Quando chegamos a este ponto, pouco ou nada resta fazer, senão esperar que prevaleça a Verdade, tão incensada nas nossas celebrações, mas tão preteridas na vida e prática cotidianas.

Sim, porque a Verdade nunca falta. Ela é a essência. Chegará um dia em que não haverá mais espaço para a falsidade, para a mentira, para a hipocrisia. Este dia será a inauguração do céu, que já pode ser vivido aqui, mas, porque o rejeitamos, é sempre adiado. Lástima… como porcos que se revolvem na lama, gostamos de estar sujos, seja com a mentira, seja com a omissão da v(V)erdade.

Sepulcros caiados!!! Belos por fora, mas podres por dentro!!! Assim bradava, há dois mil anos, a Verdade Ultrajada – Cristo – pela imundície dos seus contemporâneos e de nós, seus pósteros.

O mal não é de hoje, mas não vencerá sempre. Saibamos aguardar.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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