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Salário mínimo necessário para sustentar família volta a subir

O cálculo do salário mínimo "necessário" é feito mensalmente desde 1994 pelo Dieese com base no valor da cesta básica mais cara

Por Exame

11/02/2018 às 16h50 • atualizado em 11/02/2018 às 11h52

Qual é o valor suficiente “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”?

R$ 3.752,65, de acordo com uma estimativa divulgada do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O cálculo é feito mensalmente desde 1994 com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de Porto Alegre (R$ 446,69), seguida do Rio de Janeiro (R$ 443,81) e São Paulo (R$ 439,20).

O custo da cesta básica aumentou em todas as 20 capitais analisadas em janeiro, com destaque para João Pessoa (11,91%), Brasília (9,67%), Natal (8,85%).

O resultado é que o salário mínimo “suficiente” de janeiro foi 167 reais mais alto do que os R$ 3.585,05 de dezembro, o valor mais baixo desde 2015.

Novo valor
Desde o começo do ano está valendo o novo valor do salário mínimo: R$ 954, um aumento de R$ 17 em relação ao ano anterior.

Foi o menor reajuste do salário mínimo em 24 anos. A fórmula para os aumentos foi estabelecida por lei em 2012, ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff, e deve valer até 2019.

Ela determina que o reajuste anual tem como base a soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.

O valor do reajuste do mínimo em 2018 acabou ficando um pouco abaixo da inflação por uma diferença na estimativa do governo, mas não será revisto.

Segundo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a lei de reajuste do salário mínimo prevê que pequenas variações possam ocorrer, sendo compensadas no ano seguinte.

O salário mínimo “suficiente” atual de R$ 3.752,65 representa cerca de 3,9 vezes o valor do salário mínimo nominal.

Em janeiro do ano passado, a relação era levemente mais desigual: os R$ 3.811,29 do “necessário” representavam 4 vezes o valor do mínimo de R$ 937,00 então em vigor.

Consequências
Em um vídeo de 2015, o economista Carlos Eduardo Gonçalves previu consequências negativas se o salário mínimo “necessário” do Dieese fosse estabelecido por lei:

“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.

Fonte: Exame - https://exame.abril.com.br/economia/salario-minimo-necessario-para-sustentar-familia-volta-a-subir/

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