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VÍDEO: psicóloga discute a polêmica sobre a “Cura Gay” e diz: “Não existe cura para o que não é doença”

Um juiz federal concedeu uma liminar que autoriza psicólogos do Brasil a oferecerem a seus pacientes formas de terapia de reversão sexual.

Por Campelo Sousa

21/09/2017 às 08h52 • atualizado em 21/09/2017 às 08h56

A psicóloga Drª Kamilla Píres que atende na Clínica Espaço Vida em Sousa, prestou entrevista ao Diário do Sertão nesta quinta-feira (21) e falou sobre a polêmica decisão de um juiz federal que liberou psicólogos para oferecerem supostos tratamentos contra a homossexualidade – conhecidos popularmente como “cura gay”.

Na última segunda-feira, o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu uma liminar que autoriza psicólogos do Brasil a oferecerem a seus pacientes formas de terapia de reversão sexual. Esse tipo de procedimento era vedado no país pelo Conselho Federal de Psicologia desde 1999.

De acordo com a psicóloga Kamilla, não existe cura para o que não é doença:

“A mídia e a rede social distorceram as informações. Na verdade não existe cura para o que não é doença, não tem como. Homossexualidade não é doença, mas se essa pessoa vier com um sofrimento muito forte sobre o que ela está sentindo, não conhece ainda de fato quem ela é ou o que quer, aí o trabalho da psicologia é acolher a pessoa e tentar diminuir os sinais de sofrimento dela”, disse Kamilla.

O que diz a decisão?
A decisão liminar (provisória) derruba uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia, que proibia qualquer tipo de conduta dos psicólogos na tentativa de “curar” a homossexualidade. Essa resolução se baseia no entendimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, desde 1990, não entende as questões de orientação sexual como doenças.

A psicóloga Kamilla Pires atende na Clínica Espaço Vida em Sousa (foto: Charley Garrido)

A decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho acata parcialmente o pedido de uma ação popular, assinada por psicólogos defensores das “terapias de reversão sexual”. Sob alegação de garantir a plena liberdade científica, o magistrado disse entender que não se pode “proibir o aprofundamento dos estudos científicos relacionado à (re) orientação sexual”.

Na decisão, Carvalho diz que a resolução continua a valer, mas não pode ser interpretada “de modo a impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual”. Na prática, essa liminar abre espaço para que os psicólogos tentem “curar” gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.

DIÁRIO DO SERTÃO

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