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AGORA É REALIDADE: Águas da transposição chegam à Paraíba e seguem em direção a Boqueirão

A previsão é que na madrugada desta quinta-feira as águas já estejam na cidade de Monteiro, para desaguar no leito do rio Paraíba.

Por Diário do Sertão

09/03/2017 às 09h13 • atualizado em 09/03/2017 às 09h15

Transposição do Rio do São Francisco

O relógio marcava 18h30 do dia 8 de março. Um projeto concebido desde a época do império, prometido por diversos governos, que sofreu inúmeras interrupções, enfim, virou realidade. Após séculos de espera, águas do Rio São Francisco já estão escorrendo pelo solo paraibano. Elas chegaram no início da noite desta quarta-feira (8), à zona urbana de Monteiro. A previsão é que na madrugada desta quinta-feira as águas já estejam na cidade de Monteiro, para desaguar no leito do rio Paraíba.

Na cidade paraibana, os moradores aguardam a chegada da água na saída do túnel. O último prazo divulgado pelo Ministério da Integração Nacional era de que a água chegasse à Paraíba até o próximo sábado (11), mas ela está chegando três dias antes. Entretanto, no início deste ano, o Ministério da Integração chegou a divulgar que a água iria chegar em 28 de fevereiro.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal (MPF), que está acompanhando a chegada da água, a informação foi confirmada pelo secretário nacional de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Antônio de Pádua de Deus, durante uma reunião em Sertânia, em Pernambuco.

A perspectiva é que entre 45 dias, as águas da transposição do Rio São Francisco cheguem ao açude Epitácio Pessoa em Boqueirão. O reservatório, responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, atravessa a pior crise de sua história.

Segundo Fred Menezes, secretário de Comunicação da prefeitura de Monteiro, as águas já estão no Túnel Engenheiro Giancarlo, na estação do sítio Engenho Velho, a cerca de 500 metros do perímetro urbano. “Deus está me dando a oportunidade de informar que agora, às 19h00 desta quarta-feira (8), as águas do Rio São Francisco estão em solo monteirense, passando no Túnel (Engenheiro Giancarlo), devendo chegar na zona urbana de Monteiro por volta da meia-noite”, comentou.

Depois de chegar em Monteiro, a água agora vai seguir pelo Rio Paraíba e passando pelos açudes de Poções, Camalaú, Epitácio Pessoa, e depois segue para Acauã, Aracagi, chegando até um perímetro irrigado que está sendo criando na cidade de Sapé. Para facilitar a passagem da água, os açudes de Poções e Camalaú estão passando por obras para abrir espaço nas barragens. Assim, não será necessário aguardar que estes açudes encham para que a água siga seu caminho natural. A viagem da água que leva esperança para os paraibanos do Cariri e Agreste começa na cidade pernambucana de Petrolândia, a 429 quilômetros de Recife. A água é captada na barragem de Itaparica e segue por 208 quilômetros até a cidade de Monteiro, no Cariri paraibano.

Segundo o Ministério da Integração Nacional, o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) é a maior obra de infraestrutura hídrica do País, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos. Com 477 quilômetros de extensão em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente.

O empreendimento engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 quilowats, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Com 15 quilômetros de extensão, o túnel Cuncas I é o maior da América Latina para transporte de água.

As obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco passam pelos seguintes municípios no Eixo Norte: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante (PE); Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro (CE); em São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras (PB). Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e em Monteiro, na Paraíba.

A obra do século vai beneficiar 12 milhões de nordestinos nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

PB Agora

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