header top bar

section content

Polícia investiga participação de alunos de João Pessoa em ‘jogo’ de automutilação e morte

Segundo PM, estudantes em grupo de WhatsApp já teriam realizado 'tarefas' de automutilação.

Por Priscila Belmont

13/04/2017 às 09h16

Mensagens trocadas por alunos de escola da zona sul de João Pessoa no WhatsApp explicam como funciona o jogo (Foto: Arnaldo Sobrinho/PMPB/Reprodução/Whatsapp)

O setor de inteligência da Polícia Militar da Paraíba abriu na terça-feira (11) uma investigação para apurar a participação de estudantes de João Pessoa em um suposto jogo de incentivo ao suicídio – o “desafio da Baleia Azul”. Segundo o coordenador do Centro Integrado de Operações Policiais da Paraíba (Ciop), coronel Arnaldo Sobrinho, as denúncias são de que alunos de uma escola da zona sul da capital estariam participando do grupo e já teriam realizado “tarefas” de automutilação.

“Uma aluna minha recebeu o convite [para o grupo], mas por ser mais madura, viu que não era uma coisa boa e saiu rapidamente. Ela me contou isso na terça-feira (11). As denúncias já haviam chegado desde o domingo (9), porém com informações difusas, mas foi confirmado e nosso setor de inteligência está apurando. Caso se confirmem as práticas, o caso vai ser encaminhado para a Polícia Civil ou para o Conselho Tutelar”, explicou o coronel, que é professor de Direito em uma faculdade particular de João Pessoa.

De acordo com Arnaldo Sobrinho, os estudantes da escola explicavam como funcionava o jogo por meio de troca de mensagens no WhatsApp. “É um jogo Russo […] são 50 desafios, você começa ouvindo músicas psicodélicas, e o instrutor só te libera para dar início ao jogo às 4:20 da manhã… e os desafios que você for fazendo, […] o último desafio de número 50 é tirar a própria vida, dando aí fim ao jogo”, diz uma das mensagens, divulgada pelo coordenador do Ciop.

Na terça-feira, o coronel publicou em seu perfil no Facebook um alerta para pais de crianças e adolescentes de João Pessoa. Na mensagem, Arnaldo Sobrinho explica que as pessoas estariam sendo coagidas a participar do jogo por meio das redes sociais. “Há um engano porque [alguns pais] acham que é um aplicativo, um jogo, mas não é. O desafio é repassado por meio de mensagens em grupos”, explica.

Conforme o policial militar, instigar uma pessoa ao suicídio é crime, passível de pena de dois a seis anos de prisão. “Se o comportamento da outra pessoa incentiva o suicídio, é crime previsto no Código Penal”.

Segundo a lei, a prisão acontece caso o suicídio seja consumado e a pessoa também pode receber a pena de reclusão se a tentativa resulta em lesão corporal grave. A pena pode ser duplicada se o crime for praticado por motivo egoístico ou se a vítima tem menos de 18 anos.

G1

Recomendado pelo Google: