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VÍDEO: Lula entrega barragem em Cachoeira dos Índios e diz que Transposição foi uma missão dada por Deus

Durante discurso, Lula afirmou que "Deus deixou o Sertão sem água" porque sabia que ele seria o presidente da República que traria água para o Nordeste

Por Luis Fernando Mifô

28/05/2025 às 21h13

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou, na tarde desta quarta-feira (28), o Trecho I do Ramal do Apodi, da Transposição do Rio São Francisco, que vai abastecer a Barragem do Redondo, na rural do município de Cacheira dos Índios, no Sertão da Paraíba. Durante discurso, Lula recordou sua trajetória de retirante, quando quando sua família deixou o interior de Pernambuco, com destino a São Paulo, motivada pela seca no Nordeste.

Segundo ele, a dura realidade hídrica enfrentada pelos nordestinos teria motivado sua ‘missão divina’ de tornar realidade o projeto de Transposição das águas do Rio São Francisco quando assumiu a presidência pela primeira vez em 2003.

“Deus quis que o filho da dona Lindu se candidatasse à presidência da República, e o povo do Nordeste, de forma majoritária, me elegeu presidente da República em 2003. E aí eu percebi que eu tinha recebido uma missão de Deus. Na verdade era uma provocação, ou seja, ‘você reclamou o tempo inteiro das coisas, virou dirigente sindical, fazia greve, xingava todo mundo, então agora você vai ter a responsabilidade de governador o país e Eu quero ver se você é capaz de fazer aquilo que achava que os outros tinham que fazer'”, narrou o presidente.

Lideranças da Paraíba pousam para foto ao lado de Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Lula relembrou que o primeiro líder de governo a sugerir a possibilidade de utilizar as águas do Rio São Francisco para abastecer regiões remotas por meio de um sistema de transposição foi o imperador Dom Pedro II. Porém, segundo o presidente, faltou coragem para o imperador.

Lula afirmou que ao iniciar a execução da obra, estava tomando a decisão mais importante da sua vida, e que “Deus deixou o Sertão sem água” porque sabia que ele seria o presidente da República que traria água para o Nordeste.

“Ele sabia que somente uma pessoa que tinha passado fome, somente uma pessoa que com 7 anos de idade carregava pote d’água na cabeça – por isso é que eu não tenho pescoço -, somente uma pessoa que tinha passado por essa experiência era possível trazer água pra cá”, falou o petista.

Trecho I do Ramal do Apodi, da Transposição do Rio São Francisco (Foto: Ricardo Stuckert)

Ramal do Apodi

Com 115,5 km de extensão, a estrutura liga a Barragem Caiçara (PB) à Barragem Angicos (RN), com vazão projetada de 40 m³/s. A obra, iniciada em 2021, está 74,83% concluída e tem entrega total prevista para outubro de 2026, com investimento de R$ 1,45 bilhão. Quando finalizado, o ramal atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Trecho I do Ramal do Apodi, da Transposição do Rio São Francisco (Foto: Ricardo Stuckert)

CAMINHO DAS ÁGUAS — A transposição do Rio São Francisco é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Foi idealizada e iniciada no primeiro governo do presidente Lula, com a meta de beneficiar 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais. O projeto foi oficialmente lançado em junho de 2007, após décadas de debates sobre a necessidade de levar as águas do “Velho Chico” para regiões historicamente castigadas pela escassez de água. Foram iniciadas as principais frentes de trabalho nos dois grandes eixos – Norte e Leste -, consolidando sua autoria e compromisso com o desenvolvimento social e econômico do semiárido nordestino.

Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Presidente Lula e governador da Paraíba João Azevêdo (Foto: Ricardo Stuckert)

Lula e João pousam para foto com criança cajazeirense (Foto: Ricardo Stuckert)

João e Lula inauguram Trecho I do Ramal do Apodi, da Transposição do Rio São Francisco (Foto: Ricardo Stuckert)

DIÁRIO DO SERTÃO

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