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VÍDEO: Jornalista fala da trajetória do senador José Maranhão e diz que seu legado será eternizado

"Ele afirmou que ele não seria derrotado pelo vírus, mas foi na verdade o vírus que o derrotou e roubo-lhe à vida", disse Gutermberg Cardoso.

Por Juliana Santos

09/02/2021 às 22h19

O senador e ex-governador da Paraíba, José Targino Maranhão teve uma trajetória política longa, ao todo foram 70 anos dedicados a vida pública. Era considerado um dos políticos mais influentes do estado, até no âmbito nacional. O jornalista Gutemberg Cardoso, participou do programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão e falou da história de vida política de Maranhão.

O jornalista elegeu quatro pontos, que para ele simbolizam a personalidade política de José Maranhão. Entre os mandatos políticos foi deputado estadual quatro vezes (1955-1969), foi deputado federal em três legislaturas (1983-1995), inclusive durante a Assembleia Nacional Constituinte. “Foi eleito deputado jovem muito idealista, mas devido o Golpe de 1964  teve seu mandato cassado. O que a maioria dos que foram cassados fizeram? Baixaram a cabeça, Maranhão não fez isso, manteve-se firme, mas passou dez anos longe da vida pública “, disse.

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Segundo ponto relatado por Gutermberg foi quando Maranhão teria sido desafiado por Ronaldo Cunha Lima em um episódio ocorrido no Clube Campestre na cidade de Campina Grande. Ronaldo teria falado com Maranhão de forma ríspida. “Mesmo com dedo apontado para ele, Maranhão ficou calado resiliente e derrotou Cunha Lima na Convenção”, contou.

Em outro episódio, o jornalista, pontuou o apoio que Maranhão dedicou ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em momento de isolamento político em retribuição ao tempo de governador do Estado.

Por último, Gutemberg Cardoso, lembrou que José Maranhão, mesmo com a longa trajetória, não teve nenhuma condenação por qualquer crime, também nunca foi denunciado ao Ministério Público.

Sobre a Covid-19

José Maranhão que era atualmente presidente estadual do MDB, participou ativamente da campanha política municipal em 2020 para dar apoio ao candidato do partido a prefeitura de João Pessoa, Nilvan Ferreira.

Para Gutermberg, participando de tantos eventos de campanha, Maranhão facilitou e foi infectado pela Covid-19. “Estive com ele na campanha, cinco dias depois ele apresentou os sintomas mais fortes da Covid. Ele afirmou que ele não seria derrotado pelo vírus, mas foi na verdade, o vírus que o derrotou e roubo-lhe à vida”, disse.

José Targino Maranhão faleceu na noite dessa segunda-feira (8), no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, por complicações da Covid-19. A segunda vítima de covid-19 entre os membros do Senado Federal, desde o início da pandemia. Em outubro de 2020, morreu o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), em decorrência de falência múltipla dos órgãos, após cerca de um mês internado. Arolde era o segundo senador mais idoso da legislatura, com 83 anos de idade.

Corpo de José Maranhão foi velado no Palácio da Redenção em João Pessoa. (Foto: Juliana Santos)

Trajetória

Além dos cargos de deputado estadual e federal, em 1994 foi eleito vice-governador da Paraíba, em chapa com o ex-senador Antonio Mariz. José Maranhão assumiu o governo, após o de Mariz, e em 1998 foi reeleito governador da Paraíba.

Em 2002, elegeu-se para o primeiro mandato como senador. Voltou a concorrer ao governo estadual em 2006, ficando em segundo lugar, mas assumiu o Palácio da Redenção em 2009, após a cassação do primeiro colocado nas eleições, Cássio Cunha Lima. Tentou a reeleição em 2010, mas não conseguiu voltar ao governo.

E logo iniciou seu segundo mandato como senador da república e em 2014. Nos anos seguintes foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na condição de senador mais idoso, ele presidiu a eleição da Mesa Diretora em 2019, na primeira ocasião da história recente do Senado em que nenhum dos membros da Mesa em exercício dez deles não estavam mais no Senado e o senador Davi Alcolumbre, na época, era candidato na eleição.

Proposituras no Senado

José Maranhão foi autor, entre outras proposições, do Projeto de Lei do Senado (PLS) 273/2005, que deu origem à Lei 13.144, de 2015, que disciplina o instituto do bem de família, para proteger o patrimônio do novo cônjuge ou companheiro do devedor de pensão alimentícia. O senador é um dos signatários da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2020, que altera o artigo 150 da Carta Magna para garantir a imunidade tributária aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A proposição aguarda votação em Plenário. Também assinou a PEC 2/2016, que modifica o artigo 60 da Constituição para tornar o saneamento um direito social, assim como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, alimentação, previdência social e segurança. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Vaga no Senado

Sucessora de José Maranhão, a senadora Nilda Gondim já foi deputada federal (2011-2015). Ela é mãe do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e do ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho (PB).

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