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Mãe diz que filha soube da gravidez ao parir: “O que é isso”?

Posteriormente, a paciente deu entrada no Pronto-Socorro de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital já com o bebê nos braços.

Por Juliana Malacarne

18/08/2019 às 07h06 • atualizado em 16/08/2019 às 19h19

Foto: ilustrativa da internet

No banheiro de casa, uma jovem, 19, deu à luz a filha Sofia nesta terça-feira (13), por volta das 13h, sem saber que estava grávida. A jovem, que vive com a mãe, Graça, no bairro do Bom Retiro, região central de São Paulo, começou a sentir contrações de madrugada, mas pensou que fossem cólicas menstruais. Quando a dor ficou muito intensa, por volta das 4h da manhã do dia 13, a jovem foi com a mãe ao pronto socorro, mas o médico não identificou que ela estava em trabalho de parto. “Ela falou que estava com muita dor na barriga e o clínico geral que nos atendeu não fez nenhum tipo de exame. Durante toda a consulta, ele ficou sentado de um lado da mesa e nós do outro. Até que ele simplesmente receitou um remédio para enjôo, ibuprofeno e dipirona e mandou que voltássemos para casa”, conta Graça.

O uso de ibuprofeno e dipirona é contraindicado no terceiro trimestre de gestação por trazer riscos à saúde da mãe e do bebê. Depois de voltarem para casa, a jovem continuou sentindo dor e ficou sozinha depois que Graça precisou sair para trabalhar. “Por volta do meio-dia, minha filha me ligou pedindo que eu voltasse porque ela não estava mais aguentando”, diz Graça. “Até então, eu acreditava que ela estava com uma forte cólica menstrual porque ela é magra, pesa em torno de 54 kg, e não tinha barriga nenhuma. Ao perceber o desespero dela na ligação comecei a pensar que podia ser algo mais sério, como uma apendicite ou outra infecção. Gravidez não me passava pela cabeça”.

Quando voltou para casa às 12h30, Graça percebeu que a barriga da filha tinha inchado e estava enrijecida e marcou uma consulta com um ginecologista para às 14h30. A jovem estava tomando os remédios indicados para aliviar a dor e não saía do banheiro, pois a única posição que conseguia encontrar algum alívio era sentada no vaso sanitário. “Quando vi que a barriga inchou daquele jeito em tão pouco tempo, achei que tivesse estourado algo dentro dela. Tive medo de perder minha filha. Foi tudo muito rápido”, diz Graça. Às 13h27, Graça estava na sala preparando as coisas para levar a filha ao ginecologista quando a jovem deu um grito do banheiro. “Corri até lá, e vi a jovem pálida, segurando minha neta nos braços. Mesmo sem entender o que estava acontecendo, ela conseguiu segurar a Sofia antes que a bebê caísse. A Giovana estava tão chocada que perguntou chorando: ‘o que é isso, mãe?’. E eu respondi: ‘um bebê’”.

Rapidamente, Graça pegou uma toalha de praia para aquecer a bebê e ligou para o serviço de emergência. “A minha filha ficou desesperada e quase desmaiou após o parto. Quando os bombeiros chegaram, cortamos o cordão e consegui acalmá-la. Foi um susto muito grande”. Mãe e filha foram levadas para o hospital e os médicos determinaram que não houve nenhuma complicação no parto. Sofia nasceu saudável aos nove meses, com 3,2 kg e 48 centímetros. Nesta quinta-feira (15), mãe e filha tiveram alta e já estão em casa.

Graça afirma que ela e a filha nunca desconfiaram da gravidez, mas, agora, refletindo, conseguem entender alguns sintomas. No fim de 2018, a jovem sentiu muita náusea e chegou a vomitar diversas vezes pela manhã. A mãe a levou ao pronto socorro na época e a jovem foi diagnosticada com virose. Depois de algumas semanas, os enjoos passaram. A barriga dela não cresceu durante a gestação e ela não sentia o bebê se mexer de forma significativa. As pequenas movimentações que teve no abdômen foram confundidas com gases. Além disso, a jovem tem fluxo menstrual leve e, por isso, acreditou que os sangramentos esporádicos que teve durante a gestação eram a menstruação.

Depois da surpresa, a família ainda está se adaptando à chegada de Sofia. “Avisamos o pai da bebê sobre o nascimento e a família dele inteira ficou feliz e emocionada. Eles são de Salvador, mas estão nos dando bastante apoio. Agora estamos redirecionando a vida e vendo como vai ser daqui pra frente. O mais importante é que correu tudo bem e as duas estão com saúde”, afirma Graça.

CRESCER entrou em contato com o Hospital Santa Casa de Misericórdia que informou que quando a paciente foi atendida no Pronto-Socorro Central “não referiu a possibilidade de gravidez” no momento da consulta. Posteriormente, a paciente deu entrada no Pronto-Socorro de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital já com o bebê nos braços. “A paciente foi atendida e já recebeu alta hospitalar em boas condições, o recém-nascido ficou estável e também recebeu alta”, declarou, em nota, o hospital.

Fonte: Juliana Malacarne - https://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2019/08/em-sp-adolescente-da-luz-no-banheiro-de-casa-sem-saber-que-estava-gravida.html

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