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Surdos defendem Libras como segundo idioma oficial do Brasil

Em 2002, a Libras foi reconhecida pela Lei nº 10.436 como meio legal de comunicação e expressão

Por Agência Brasil

23/09/2021 às 10h14

Foto: Reprodução / Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente da Associação dos Surdos de São Paulo, Jorge Rodrigues, disse que a Língua Brasileira de Sinais (Libras), como qualquer outra, “tem um sistema todo, com regras gramaticais, com sintaxe, tudo”.

A afirmação foi feita por ocasião do Dia Internacional da Língua de Sinais, celebrado nesta quinta-feira (23).

A data foi estabelecida em 2017 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“É por meio dela que a gente se expressa plenamente, interage com as pessoas surdas, conserva a nossa história enquanto comunidade, sem isso a gente não tem nada”, acrescentou.

A data busca conscientizar sobre a importância dessa forma de comunicação, fundamental para a inclusão da comunidade surda.

Em 2002, a Libras foi reconhecida pela Lei nº 10.436 como meio legal de comunicação e expressão.

“Agora a nossa luta é fazer com que a PEC [proposta de emenda à Constituição] 12/2021 seja aprovada para que a Libras seja reconhecida como segunda língua oficial do Brasil”, defende o presidente da associação.

O país tem quase 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Jorge nasceu surdo por causa da rubéola contraída pela mãe durante a gestação.

Ele diz que a exclusão é constante na vida de pessoas surdas.

“As pessoas não querem contratar surdos, pois existe o estereótipo de que o surdo é incapaz de fazer qualquer coisa”.

Jorge lembra que o preconceito pode ser combatido se mais pessoas aprenderem a língua.

“Acho que o maior entrave é a falta de incentivo para que a Libras seja inserida na grade curricular das escolas e faça a inclusão acontecer. Sem isso, as pessoas não saberão sobre Libras, sobre as pessoas surdas, sobre as nossas lutas”, acredita.

O professor Eduardo Pereira Silva, do curso de Libras do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) São Paulo, concorda que o conhecimento da língua deveria ser mais disseminado no Brasil.

Ele cita algumas medidas que seriam necessárias: “ampliar a oferta de empregos para a comunidade surda, ter escolas bilíngues, com professores surdos, além da obrigatoriedade de intérpretes em faculdades, hospitais e eventos”.

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