Mercado espera última alta da Selic em 2025: 14,75% ao ano
A cada 45 dias, o colegiado do BC reúne-se, em Brasília, para definir os juros básicos

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada a 14,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre nesta terça-feira (06) e quarta-feira (07).
A cada 45 dias, o colegiado do BC reúne-se, em Brasília, para definir os juros básicos da economia.
A expectativa do mercado é que esta seja a última alta da Selic este ano.
A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (05), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC sobre os principais indicadores econômicos.
Em sua última reunião, em março, o Copom elevou a taxa pela quinta vez consecutiva para 14,25% ao ano .
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2025 em 14,75% ao ano.
Para o fim de 2026, a estimativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano.
Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
A taxa básica é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação.
Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação na expansão.
Segundo o BC, a inflação cheia e os núcleos – medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia – continuam em alta.
O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços permaneça alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.
Na reunião de março, Copom informou que elevará a taxa Selic “em menor magnitude” na reunião desta semana, mas não deixou pistas para o que acontecerá depois disso.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Nesta edição do Focus, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,55% para 5,53% este ano.
Para 2026, a projeção da inflação foi mantida em 4,51%.
Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.
A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Em março, a inflação fechou em 0,56%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dessa pressão, o IPCA perdeu força em relação a fevereiro, quando marcou 1,31%.
No acumulado em 12 meses, a inflação soma 5,48%.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano permanece em 2%.
Para 2026, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) também ficou em 1,7%.
Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%.
O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,86 para o fim deste ano.
No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,91.
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