VÍDEO: Ex-agente especial da PF alerta sobre riscos mortais do “desafio do desodorante”
O profissional foi entrevistado no programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, e falou sobre o chamado "Desafio do Desodorante" que causou a morte de duas crianças, recentemente, em Ceilândia (DF) e em Bom Jardim (PE)
O escritor, psicólogo e policial federal aposentado, Deusimar Guedes, que estuda o uso e efeito das drogas na sociedade, foi entrevistado no programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, e falou sobre o chamado “Desafio do Desodorante” que causou a morte de duas crianças, recentemente, em Ceilândia (DF) e em Bom Jardim (PE).
Os casos – Em Ceilândia (DF), a pequena Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos de idade, morreu após ter participado do referido desafio compartilhado nas redes sociais. O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias que causaram o óbito da menor.
Ela foi internada no Hospital Regional de Ceilândia no dia 10 de abril e faleceu três dias depois. Conforme relato da Polícia Civil, a menina foi encontrada desmaiada, dentro de casa, e segurava um frasco de desodorante aerossol, fato que levanta as suspeitas de que ela teria inalado o produto após ver um tipo de prova, que seria o “Desafio do Desodorante”, na rede social Tik Tok.
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Já em Pernambuco, a vítima foi uma criança de 11 anos de idade. No último dia 9 de março, Brenda Sophia Melo de Santana veio a óbito no Hospital Municipal Dr. Miguel Arraes, em Bom Jardim (PE), distante cerca de 100 km de Recife.
A prefeitura de Bom Jardim informou que, segundo relatos da família, Brenda já tinha o hábito de inalar desodorante e havia sido advertida várias vezes pelos parentes sobre os riscos.
Outras ocorrências – Embora as mortes das duas crianças tenham chamado a atenção, o entrevistado do Olho Vivo disse que outros casos têm acontecido pelo país que não têm sido divulgados.
Ele explicou que o Nordeste e Centro Oeste são regiões que tais produtos predominam, onde há o maior consumo de tais susbtâncias. Deusimar citou alguns dos itens que geralmente são utilizados, que são eles: inalantes de forma geral ou solventes, cola de sapateiro, thinner, lança perfumes, loló e o desodorante que segundo ele, “é uma mania mais nova” que tem sido estimulado por alguns personagens das redes sociais. “Isso tem sido um grande desserviço à humanidade, esse tipo de coisa”, disse o profissional.
Dificuldades para combater a prática – Deusimar Guedes ressalta que devido aos produtos serem legais, sendo utilizados muitos deles em uso doméstico, em estética pessoal, na indústria, entre outros, “fica difícil de criar uma barreira” e acaba facilitando o acesso a essas substâncias.
Males da internet e meios de prevenção – “Com o advento da internet, das redes sociais, da facilidade das comunicações, infelizmente a sociedade não avançou só do lado bom, mas também do lado ruim”, explicou Deusimar ao apontar que “consumo indevido desses solventes” pode prejudicar bastante e como já citado, levar até a morte.
“É bom que se registre que os danos dessas substâncias ao organismo são extremamentes altos e têm um sério risco de danos ao organismo como um todo, não só ao coração, aos neurônios cerebrais, às vias escretoras como o fígado, o rim, o baço, mas também esses casos de morte súbita e até de sequelas para o resto da vida. Então, essa é uma discussão que tem que ser travada pela sociedade como um todo”, destacou
O psicólogo lembrou que “o mais importante é que pais e mães e educadores de forma geral, coloquem esse tema em pauta em relação às drogras como um todo”.
“Em todas essas maneiras, os modismos desenfreados que acontecem para que alertemos todos esses jovens quanto a isso. É estatisticamente comprovado que quanto mais bem informadas as pessoas são, [se torna] mais difícil delas enveredarem por esse lado do uso indevido de drogas”, pontuou.
“Falem, converserm com seus filhos, porque a melhor prevenção ainda é aquela feita dentro de casa através dos pais, e também na escola com os educadores”, finalizou.
Deusimar Guedes é escritor, psicólogo e policial federal aposentado. Ele estuda frequentemente sobre o uso e efeito das drogas na sociedade. Deusimar serviu por mais de 30 anos à Polícia Federal, é advogado e psicólogo, já lançou livros sobre as drogas como: “Drogas, problema meu e seu”, “Drogas Família e Escola, a Informação como prevenção” e “Drogas: onde e como lidar com o problema?”.
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