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Pela primeira vez, Paraíba será sede do maior encontro de estudantes indígenas do país

Entre os dias 16 e 20 de outubro, o povo Potiguara da Aldeia Jaraguá, no município de Rio Tinto, e o Centro de Ciências Aplicadas e Educação da Universidade Federal da Paraíba (CCAE-UFPB) serão os anfitriões do X Encontro Nacional de Estudantes Indígenas

Por Portal Diário com Ascom

03/10/2023 às 14h52 • atualizado em 03/10/2023 às 14h59

Povo Potiguara da Paraíba (Crédito: Elidiane Poquiviqui/Divulgação)

Entre os dias 16 e 20 de outubro, o povo Potiguara da Aldeia Jaraguá, no município de Rio Tinto, e o Centro de Ciências Aplicadas e Educação da Universidade Federal da Paraíba (CCAE-UFPB) serão os anfitriões do X Encontro Nacional de Estudantes Indígenas. Sob o tema “Análise e conjuntura da presença indígena no ensino superior na última década”, o evento tem o apoio do CCAE e da Reitoria da UFPB.

O X ENEI reunirá mais de 2 mil estudantes indígenas de todo o país, sendo o maior evento indígena de reflexão e mobilização coletiva no contexto do ensino superior. É um espaço pensado e protagonizado por lideranças, estudantes indígenas e não indígenas de graduação, pós-graduação e pesquisadores, assim como autoridades indígenas e não indígenas de outros contextos territoriais.

O evento visa oportunizar espaço para a divulgação e o compartilhamento de saberes no campo da formação superior, mais especificamente por meio da troca de experiências. A intenção é promover, estimular e fomentar discussões sobre acesso e permanência de estudantes indígenas no Ensino Superior e fortalecer o movimento sociopolítico dos povos indígenas, sobretudo da Paraíba.

De acordo com o diretor do CCAE, professor Joseilme Fernandes, é um marco não apenas para a comunidade indígena, mas também para o estado da Paraíba e para a UFPB. “O Campus IV, situado em terras indígenas, tem um compromisso ancestral e cultural com as populações originais, e o fato de coorganizar este evento reforça seu papel na preservação, promoção e divulgação dos saberes e lutas indígenas. O ENEI não é apenas um evento acadêmico, é uma celebração de culturas, um espaço de diálogo entre mundos e uma manifestação clara do potencial e resiliência dos povos indígenas”, disse o docente.

O ENEI Potiguara contará com cinco mesas redondas, dois fóruns de discussões, apresentações culturais, seis grupos de trabalho com apresentação de trabalhos por meio de banners ou oralidade, ritual potiguara, ato público, palestras e passeio pelo território potiguara. As apresentações de trabalhos serão realizadas nas áreas temáticas Educação Escolar Indígena, Saúde e Meio Ambiente, História e Identidade, Direito e Territorialidade, Línguas Indígenas e Arte; Cultura, Ciência e Tecnologia.

O evento tem se constituído como um espaço potente para a reflexão e o exercício de temas caros à universidade, tais como a interculturalidade e a descolonização do paradigma de ensino hoje predominante. Também agrega sentidos à presença indígena no ensino superior, colabora para sua qualificação acadêmica e atuação como sujeito histórico e protagonista junto aos seus coletivos, socializando pesquisas e tecendo reflexões sobre as problemáticas que afetam suas vidas e territórios.

A equipe de coordenação do X ENEI envolve lideranças potiguara, profissionais e universitários de diversas áreas do conhecimento. A professora Maria Angeluce Barbotin, do Campus IV da UFPB, é uma das docentes que estão coordenando a realização do evento.

“A universidade está oferecendo, ainda, o suporte para garantir a presença dos palestrantes e colaboradores para o evento. Além disso, docentes da universidade também fazem parte da comissão científica que vai realizar a avaliação dos trabalhos acadêmicos que foram submetidos. A presença da UFPB é muito importante neste momento de organização”, disse a professora.

A liderança indígena Poran Potiguara também é um dos coordenadores do ENEI e reforça a importância da UFPB ser parceira dos estudantes indígenas para a realização do evento que, desde seu surgimento, tem como essência aproximar a comunidade acadêmica das vivências do estudante indígena.

“A gente sempre fica pensando no pós-ENEI, fica nessa expectativa que haja alguma mudança, seja no acolhimento, seja no tratamento, seja nessa discussão no acesso e permanência dos indígenas para a universidade que sediou o evento. A UFPB fica com essa missão interna de pensar melhorias depois de receber esse evento tão grande, no que vai se transformar para os indígenas que são alunos da instituição”, afirmou Poran.

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