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Bolsonaro é alvo de operação da Polícia Federal e tem 24 horas para entregar passaporte

Ao todo, são 33 mandados de busca, 4 prisões preventivas e 48 medidas cautelares, como suspensão do exercício da função pública e entrega de passaportes. Vários militares estão no alvo da PF

Por Luiz Adriano

08/02/2024 às 10h39 • atualizado em 08/02/2024 às 17h51

Bolsonaro (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

O ex-presidente da república, Jair Messias Bolsonaro (PL), está sendo alvo de uma Operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira (08). Conforme as informações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o ex-gestor nacional entregue seu passaporte aos policiais em menos de 24 horas.

A Operação denominada de Tempus Veritatis tem o objetivo de apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

DEFESA DE BOLSONARO

Em uma rede social, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse que “em cumprimento às decisões de hoje”, o ex-presidente irá entregar o passaporte às autoridades competentes.

Bolsonaro está em Angra dos Reis (RJ), em um casa de veraneio na Praia de Mambucaba.

“Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo à ordem de não manter contato com os demais investigados”, escreveu Wajngarten.

ALVOS DA OPERAÇÃO DESTA QUINTA-FEIRA (08)

– General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
– General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
– General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
– Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
– Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
– Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
– Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
– Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

MANDADOS DE PRISÃO:

– Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
– Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
– Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
– Major Rafael Martins de Oliveira.

COMO O GRUPO AGIA

Segundo a Polícia Federal, nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

URNAS ELETRÔNICAS

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

APOIO DE MILITARES

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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