“Fim da reeleição é algo para ontem”, diz Heron Cid ao defender medida também para o Legislativo
Segundo o jornalista, é inconcebível que cargos como os de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores possam ser renovados indefinidamente
O jornalista Heron Cid falou sobre o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito. Segundo ele, a reeleição, ao longo da história, não trouxe benefícios concretos à nação, pelo contrário, agravou problemas já existentes. “O fim da reeleição é algo para ontem, é uma pauta que interessa ao país”, disse Heron.
Para o jornalista, a reeleição “não fez bem à nação brasileira e o sujeito ganha o mandato já em função da reeleição, e não do total interesse público”. “O que faz com que a reeleição termine virando um processo de tudo ou nada, e que tem dilapidado as finanças do país e piorado a qualificação da política brasileira”, pontuou.
O jornalista destacou que quatro anos já são suficientes para quem realmente deseja contribuir com o país. “Cinco anos já é muito tempo; quatro anos é um período razoável para quem quer servir ao seu município, ao seu estado ou à nação”, disse.
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A crítica de Heron Cid também se estende ao Legislativo. Segundo ele, é inconcebível que cargos como os de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores possam ser renovados indefinidamente. A ausência de limites à reeleição nestes casos prejudica o processo democrático de renovação, essencial para a oxigenação das ideias e representações políticas. A prática estimula uma cultura patrimonialista na política, onde mandatos e gabinetes são tratados como propriedades pessoais.
Ele defende que a política seja uma atividade cívica, de cidadão para cidadão, e não um negócio familiar. “A política ela não pode ser um negócio que é ser transmitido de marido para esposa, de pai para filho, de filho para neto ou para irmãos. A política deve ser uma atividade de cidadão para cidadão”, concluiu.
Entenda – A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a proposta que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. Acaba com a reeleição, mas aumenta o tempo de mandato. De quatro para cinco anos.
Já para os cargos do legislativo: vereadores, deputados e senadores, fica mantida a possibilidade de recondução ao cargo eletivo, mas também com mandato de cinco anos. Inclusive para o Senado, que, hoje, tem mandato de oito anos. A data das eleições gerais também fica unificada. Vai ocorrer junto com as municipais.
Foi criada uma regra de transição. Ficou assim: prefeitos e vereadores eleitos nas eleições municipais do ano passado, poderão concorrer à reeleição no pleito de 2028. E esse mandato será de seis anos, até 2034. Já os governadores e o presidente, se eleitos pela primeira vez no ano que vem, poderão concorrer à reeleição em 2030 para mandato também até 2034, quando as eleições serão unificadas. O relator da Proposta de Emenda à Constituição, Marcelo Castro, explica.
“Tirando 2026, a primeira eleição de prefeito, será a última, a primeira eleição de governador e presidente será a última a ter reeleição no Brasil. E, a partir de 2034, os mandatos serão de cinco em cinco anos, inclusive o de senador”.
Mudanças também na eleição para presidência da Câmara e do Senado. Hoje, o mandato para um cargo da mesa diretora é de dois anos. Com a PEC, vai ser um mandato de 3 e outro de 2 anos, fechando, então, a legislatura de 5 anos.
Aprovada na Comissão, a proposta segue, agora para análise do plenário. Já tem pedido de urgência para isso. O relator, senador Marcelo Castro, explica que, não vai valer para o ano que vem, dá tempo de discutir com calma, mas é preciso que todos saibam das mudanças, para não gerar expectativa aos futuros eleitos.
“Mas é bom que os futuros governadores ou presidente, que sejam eleitos em 2026, já saibam qual vai ser a regra para 2030. Porque depois de eleito ele poderá dizer da expectativa de direito. A gente sabe que não existe direito adquirido contra a Constituição e muito menos expectativa de direito”.
Como é uma PEC, para valer, precisa ser aprovada no plenário do Senado em dois turnos de votação, com pelo menos 49 votos. Depois, segue para a Câmara, onde passa pelo mesmo procedimento. A aprovação, por lá, depende de 308 votos favoráveis.
(Texto em itálico – reproduzido da Agência Brasil)
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